quarta-feira, 6 de abril de 2011

Curiosidades

Nos dias em que estivemos na região norte da Patagônia, algumas coisas me surpreenderam muito, seja pela sua  beleza seja pela singularidade.  

Árvores caídas


Incontáveis os troncos de árvores caídos e secos que encontrávamos diariamente. Todos os dias nos deparávamos com troncos enormes na paisagem que nos rodeava.
Algumas delas encontrávamos na beira da estrada e muitas delas com sinais de terem sido serradas de forma a abrir caminho, permitindo que os carros continuassem transitando pela estrada. Isso deixava bem claro que em algum momento o trânsito teve que ser interrompido e acredito que muitas vezes isolando a região, devido o local da queda ser o único acesso.
Pela característica dos troncos encontrados, podemos ver que muitos deles são de madeira nobre, pois mesmo depois de tantos anos, continuam inteiros e muitas vezes com parte da vegetação os escondendo.
Estes são visíveis mais claramente nos leitos dos rios, secos ou não.



À margem do rio, não há raiz que resista...

Troncos formam pequenas barragens.

Leitos de rios secos


Este é outro detalhe que me surpreendeu: o número de leitos de rios sem água, ou com pouca água. Mas as pedras nestes leitos, sem vegetação e com uma aparência de "recém lavadas", deixam claro que em certas épocas do ano estes rios têm um leito com muita, muita água correndo sobre as pedras. É o degelo.
Estes leitos de rios secos formam vales entre as vegetações, vales com pedras de todos os tamanhos e com colorações diferentes, sendo que na maioria das vezes estas são claras ou até brancas.

A água passa por aqui "limpando" tudo, no degelo.


Rios


Quando os leitos dos rios têm água, esta se apresenta tão límpida que se torna quase impossível (para nós que não somos nativos da região) precisar a profundidade destes. Mas muitas vezes, pelo fato de vermos botes pesqueiros e outras embarcações navegando, sabíamos que se tratava de um rio nada raso, mas possível de ver o fundo do seu leito na íntegra.
Rios de água límpida com leito de muita pedra e uma água muito, muito fria, foi o que encontramos em todos os dias da nossa viagem.

Lavas


A outra surpresa de um dos dias foi encontrar no meio da mata nativa, um lago semi-seco margeado por lavas do vulcão Achen Niyeü que entrou em atividade há 400 anos. Hoje, parte desta margem a vegetação já tomou conta e esconde sob o rio de lava. Mas no leito do lago, que em épocas de chuvas e degelo estará coberto de água, a lava se encontra descoberta ou com musgos, agora também secos devido a ação do sol.
Seguindo viagem pela estrada, encontramos um vale inteiro desta lava, conhecido por eles como "El Escorial", onde era possível ver a lava que havia escorrido pelo vale até o lago.


Lago "El Toro", na ponta de uma depressão causada pela lava.

Impressionantes esculturas de lava.


Musguito sobre a lava.

El Escorial

Esportes


Em muitos dos locais que conhecemos, por mais longínquos que fossem, tinham informações e instruções que possibilitam os esportistas apreciar a região. Um destes pontos foi justamente o escorial, onde tem demarcações de duas trilhas que podem ser feitas a pé ou de bicicleta. As instruções definem o grau de dificuldade e o tempo aproximado que será preciso para realizar o trajeto.
Em um dos pontos encontramos inclusive instruções de época que pode ser feito o roteiro da trilha, pois no período de março a setembro está aberta a temporada de caça, não sendo permitido realizar o percurso por questões de segurança.
Em algumas das entradas do Parque Nacional do Lanín, encontramos "guardaparques" com guardas que nos davam as instruções de horários permitidos para o acesso e solicitando que retornássemos durante o dia claro para evitar eventuais acidentes noturnos.


Essa é meu próximo desafio.
"Senda de alta dificultad." Gostei.
Inclusive do nome: Cerro Mallo

Essa é fácil: 3 dias de dificuldade média.

Esta então, nem se fala: apenas 4 horas.

Um mapa em escala maior, pra gente não perder a perspectiva.

Parque Nacional Lanín


Este foi um que me surpreendeu pela sua extensão, 420 mil hectares de parque nacional. Uma extensão que para mim é difícil de imaginar o que é realmente, mas perfeitamente compreensível devido à necessidade de preservação da biodiversidade regional.
Em muitas das nossas rotas diárias, independente se o rumo da estrada era norte ou sul de San Martin, entrávamos na região do Parque Nacional do Lanín, com pórtico indicando e brincávamos (eu e o Maurício) que estávamos no caminho certo, pois o parque a gente conhecia.
Claro, que descendo mais ao sul, saíamos dos limites do parque Lanín, mas ai entrávamos noutro parque, o Parque Nacional do Nahuel Huapi.


Um dos inúmeros guardaparques

Campings


Estrutura de acampamento, com amplas áreas para barracas, com banheiros, churrasqueiras e lanchonetes e guardas locais, encontramos em muitos dos nossos roteiros.
Nos primeiros dias que estávamos na região (final de semana do carnaval) ainda encontrávamos alguns destes locais com pessoas acampadas. Mas nos surpreendeu que na sua maioria, estes locais estavam completamente vazios, sem que víssemos uma pessoa sequer.
Curiosidade sanada, descobrimos que a temporada de acampamento são nos meses de janeiro e fevereiro. Surpresa maior ainda, pois estruturas tão bem montadas para uso de 2 meses ao ano!


Entrada do camping

Banheiros no camping

Praia dentro do camping

Churrasqueiras

Lojinha de conveniências no camping

Roseiras no Mato


Sim, mato e rosas são duas coisas que se fundem em alguns momentos na região de San Martin, pois encontramos muitas touceiras de roseiras em algumas das trilhas que fizemos. Eles são encontradas principalmente nas regiões costeiras dos lagos.
Claro que como estivemos na região no final do verão, estas se encontravam somente com folhas e os bulbos das flores.
Já na cidade, estas se encontravam florescidas ainda, com seu colorido e aromas muito marcantes.
Devido a isso tudo, a região é um dos principais produtores de rosa mosqueta. Nas lojas encontramos chás e outros diversos produtos baseados em rosa mosqueta.
Ou seja... nesta região até o mato é bonito!


Roseiras são mato
Jardins sempre têm roseiras.

As calçadas têm canteiros de rosas, quase todas.

Rosa rosa

Animais domésticos


Encontramos regularmente na rua cães, poucos com coleiras, mas todos muito bem cuidados. São cachorros de porte grande e muito calmos.
Cachorros que andam pela cidade soltos, sem que ninguém os enxote e que são respeitados até pelos motoristas nas ruas da cidade.
Nos restaurantes e bares da cidade, nas mesas que se encontram nas calçadas e recuos, até os garçons desviam dos animais, permitindo que eles permaneçam confortavelmente no local. Alguns dos clientes oferecem comida aos  mesmos e estes se deliciam com as sobras que lhe são "atiradas".
Respeito, eis a palavra chave da região.

Conquistando amizade

Pronto pra atacar (seu coração).

Eles te convidam a brincar...

IRRESISTÍVEL


Claro que teve muitos outros detalhes que não podem ser esquecidos, como o episódio da chave do carro na pendurada na porta em plena avenida principal da cidade. A força e resistência do Corsa nas estradas, principalmente por que deu ao Maurício a chance de dirigir com descarga de adrenalina em muitas das nossas rotas nos 1300 km que rodamos nos 10 dias que lá estivemos.

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